terça-feira, 29 de março de 2011

Eu é que sei.

Quem diria? Este ano não será celebrada a cerimónia solene do costume a quando do 25 Abril na residência oficial do governo. 'PORQUÊ?', perguntarão todos os comunista praticantes. Duas razões: Não há governo, logo não há ninguém para orientar a casa, as rendas estão altas, etc. Segunda! Muito importante... Qual é o nome deste blog? Pois é. Os portugueses terão de aguardar um ano para celebrarem o dia da revolução. Toda a gente sabe que podíamos festejar dois, mas já há feriados que cheguem. Ainda hoje se cumpriu o 300º Feriado Nacional do Metropolitano de Lisboa.

Em terras de Luís de Camões estão o magnífico, maravilhoso, belo, esplendoroso, majestoso casal da famíla real britânica! E a Dilma. 
Príncipe Carlos trouxe Camila, com trela, e foram dar um passeio por Belém, visitaram o túmulo do poeta nos Jerónimos, etc. Basicamente, como bom bife que é, veio ao turismo. Teve azar foi com o tempo, mas para ele isto é Verão. Para quem não reparou, a realeza usa crocks.

Dilma veio cá visitar a prima ao Passerelle, assistir à homenagem de Lula da Silva e confirmar que o Brasil tem tanto dinheiro que pode comprar títulos da dívida portuguesa. Eu, como todo o português digno, sinto-me um Roberto Leal vestido de preto. 

Antes de abandonar queria só deixar aqui uma afirmação de Dilma. Só um cheirinho do que se pode dizer sendo presidente do Brasil:

Portugal é uma economia da União Europeia, mas é também um país com o qual nós temos uma ligação umbilical no sentido literal da palavra, culturalmente falando, por causa dos Descobrimentos.

Não sei se já tiveram oportunidade de o fazer, mas eu já atravessei o cordão umbilical que faz o Atlântico e posso garantir-vos que é fraquinho.
O Miguel Sousa Tavares bem o disse...

Volte sempre. 


sexta-feira, 25 de março de 2011

As Couves de Bruxelas


Nunca é tarde para o ser humano fazer um exercício de introspecção, mas nunca dizer nunca é uma expressão acertadíssima da gíria portuguesa, portanto José Sócrates foi já tarde para se questionar sobre o que quer que fosse, a si mesmo.


"Pergunto-me como foi possível fazerem isto ao país"

Reparai no grau de esquizofrenia, ele chega mesmo a dirigir-se a si próprio na terceira pessoa do plural, ou seja, ele tem várias personagens dentro de si. Gravíssimo.

Tudo isto se passou já depois dos meetings de Bruxelas, em que tivemos oportunidade de apreciar o inglês claro de Passos Coelho, onde se viu também os líderes dos países europeus dirigirem-se a Sócrates como se lhe tivesse morrido a mãe e onde Angela Merkel meteu aqueles testículos alemães no sítio e disse meia dúzia de coisas bem ditas.

Hoje o nosso instrumento musical que virou presidente da república, Cavaquinho Silva, reuniu-se com os partidos de assento parlamentar, na sua crib em Belém, para discutir os preliminares da situação que teve início quarta-feira. A parte mais produtiva destas sessões, além de terem definido três datas possíveis para as eleições, foi a minha percepção do seguinte: ‘Os Verdes’ são um partido a sério. Eu continuo a achar que eles não completaram o processo de ambição política do típico político português, ou seja, todo o cidadão português que queira alcançar uma boa cadeira no parlamento iniciar-se-á pelo tráfico de droga seguindo-se o tráfico de influências. ‘Os Verdes’ ficaram-se pelo tráfico de droga, dando primazia ao consumo. E é por isto que não confio na designação deles como partido.

Como que por magia, tirando o socialista, parece que o resto dos partidos conseguiu alcançar um pequeno momento de concordância. Hoje até assisti a declarações de Ana Drago em que se notava um ligeiro desvio do seu estrabismo para o lado direito, portanto reparai como já param as modas.
Acho que devemos aproveitar para andar com um sorriso na cara já que a partir de agora estamos todos a remar para o mesmo lado, resta-nos é encontrar o homem do leme. O preferido agora é Pedro Passos Coelho, que hoje deu uma entrevista na SIC notícias. Fala como se já estivesse em S. Bento e afirma ainda que lutará por uma maioria absoluta do PSD. Ele não diz isto com intenção.

Antes de terminar queria só referir duas curiosidades que vão acontecer futuramente.
Amanhã é encontrado o messias do Sporting Clube de Portugal. Eu ainda tenho dúvidas de que seja mesmo amanhã, é que em dia de jogo já difícil meter gente no estádio, então num sábado só para ir fazer uma cruz num papel, não sei… Digam que vai haver um jogo de homenagem a um antigo jogador ou assim, se não duvido.
Por último, e atenção a todos os que queimam pestanas a estudar para um dia serem os superiores dos superiores deste país! Lula da Silva vai ser distinto, na Universidade de Coimbra, como doutor honoris causa! Do que é que ele precisou? De fazer a primária, trabalhar numa oficina e engraxar sapatos. Bom, pode ser que não consiga acabar o meu curso e seja assim também distinto.

Volte sempre.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Tudo o que cai se levanta

É muito difícil conquistar a rapariga mais bonita do liceu, agora imaginemos, o que não será conquistar dez milhões de portugueses? Igualmente complicado é saber que há quem não conquistou nem uma nem outros. Assim aconteceu com José Sócrates... E parcialmente com Paulo Pedroso.

José Sócrates apresentou hoje, dia 23 de Março de 2011, a sua demissão como primeiro-ministro do nosso país. Antes e depois das manifestações, como as do dia 12, que se alastraram país fora, começaram a surgir 'reacções reaccionárias' ao regime que na altura regia Portugal. O governo do ex-ministro do ambiente de António Guterres era aclamado de fascista nas ruas da web e em portas de cafés, onde se fumava debaixo da porta não fosse esse mesmo governo cair em cima de alguém. 
Foram seis anos em que palavras como esperança, estabilidade, crescimento e tia entraram no coração dos portugueses. Cinco dessa meia dúzia de anos pareceram manetes dos matraquilhos de uma tasca, sem óleo, mas que no esforço fazem a finta e marcam. O ano seguinte, e já segundo mandato, deu-se o chamado capote.

É um dia inegavelmente triste. A conjectura actual mostra-nos que o número de desempregados tende a subir exponencialmente todos os dias, e hoje, à vista de toda a gente, sem dó e em directo ficam sem o seu ganha pão 17 pessoas, das quais 16 são licenciadas. É neste país que vivemos. Mas é um país em que existe sempre a esperança de que grandes multinacionais e empresas de construção civil ilegais irão repescar, mais cedo ou mais tarde, os recém-desempregados.
Consigo ouvir uma voz agora, lá longe na televisão da cozinha. É Pedro Passos-Coelho, e acabou o discurso com a palavra esperança. Com isto sinto que voltei a ter 15 anos, parece um déjà vu, mas a voz é diferente e o cabelo é mais escuro.

Há quem diga que quase se viveu o 25 de Abril no último dia 12. Se calhar até foi quase... Tenho só uma dúvida. Houve alguma participação da unidade de queimados do hospital Santa Maria em 74? É que este ano eu acho que os vi, traziam uma faixa a dizer bloco de esquerda. Tenho só uma pequena sugestão para os organizadores desta manifestação: para a próxima vez marquem a luta para um dia em que o Benfica volte a ser campeão, é capaz de ir mais gente. E tomem atenção à questão estética, eles vestem de vermelho, a cor da luta. Agora pensem.

Nestes últimos tempos de governo socialista a sigla PEC foi algo a que os senhores deste país nos habituaram. Programa de Estabilidade e Crescimento. Duas coisas em relação a isto, uma muito curta e outra mais extensa e de um cariz já a roçar a intelectualidade. Primeiro: Programa de Estabilidade e Crescimento, para mim, antes de serem medidas de austeridade é o genérico do viagra. Segundo: Ao todo chegaram-nos 4 PEC's,que mais parecidos com a saga Star Wars não podiam ser. Reparai. O protagonista é claramente José Sócrates, que assume não uma, não duas, não três, mas quatro personagens dos filmes de George Lucas. PEC 1 é claramente o Anakin Skywalker, o jovem aventureiro que se sacrifica em prol de um país mais justo, um país mais pobr... próspero. PEC 2 seria o Yoda, por um lado é fofo, por outro dá vontade de pisar porque a qualquer momento nos vai atacar. PEC 3, o jovem bondoso torna-se o terrível Darth Vader e procura cobrir o país numa enorme escuridão... É que nem dá hipótese que seja só um nevoeiro, não vá El-Rei voltar, é mesmo o lado negro da força. Por fim, o PEC 4, que foi hoje recusado em assembleia porquê? Porque no PEC 4 o nosso primeiro-ministro assume claramente a personagem do Chewbacca, em que ninguém o percebe, só os estrangeiros.

Com esta analogia brilhante, quase merecedora de um 'porreiro,pá', deixo que os acontecimentos sigam o seu caminho e cá estarei mais tarde para os comentar... Sem ser remunerado. 
Mas antes disso, uma pergunta retórica: O metro amanhã está em greve... Mas qual é o sentido dela agora?

Volte sempre.